

Preta ou branca, fumaça do conclave arrasta multidões
A fumaça é quase imperceptível para as 50 mil pessoas que têm seu olhar voltado para a pequena chaminé cilíndrica, seu único contato com os cardeais que decidem o futuro da Igreja Católica com a eleição do novo papa.
Na primeira votação, fumaça preta. Os cardeais não conseguem eleger um papa, mas os fiéis não perdem a esperança e comemoram por estarem testemunhando um momento histórico.
Uma confusão precedeu a fumaça do conclave. Os telões que mostraram por duas horas a chaminé e as gaivotas que a rodeavam ficaram pretos. Por volta das 21h locais, o preto dos telões deu lugar ao preto da fumaça... e à decepção.
"Depois de tanto suspense, estamos muito decepcionados. Esperávamos uma fumaça branca, principalmente porque muita gente veio", disse a italiana Samantha Martella, 45, que estava acompanhada da filha, 9.
Dezenas de milhares de pessoas se reuniram durante horas na Praça de São Pedro para aguardar o resultado da primeira votação do conclave. Algumas delas cantavam músicas religiosas.
Muitos esperavam um resultado positivo, especialmente porque a primeira fumaça foi lançada mais de uma hora depois da fumaça inicial do conclave de 2013.
- Primeiro dia -
Nenhum dos dez conclaves anteriores, correspondentes aos séculos XX e XXI, foi resolvido no primeiro dia. Todos precisaram de dois a cinco dias e até 14 votações.
O conclave atual é o mais internacional de todos. Cerca de 70 países estão representados. Bandeiras do Brasil dividiam espaço na Praça de São Pedro com as de Canadá, Filipinas e Nicarágua.
"Acho que está indo bem. Os cardeais vão identificar quais são os 10 ou 15 que se destacam", comentou o mexicano Marcelo Castro, 26.
A americana Barbara Mason, 50, que viajou do Canadá especialmente para o conclave, também está otimista para amanhã, apesar da fumaça preta tardia. "Fico feliz por eles terem demorado, porque isso quer dizer que estão pensando bem em quem será o papa."
- 'Gostemos ou não' -
Barbara disse que não tem um cardeal preferido, embora goste dos italianos Pierbattista Pizzaballa e Matteo Maria Zuppi, além do canadense Michael Czerny, muito alinhado com Francisco.
Nas casas de apostas, o mais cotado é o italiano Pietro Parolin, que foi o braço direito do papa argentino, seguido do filipino Luis Antonio Tagle.
O mexicano Rodrigo Lorenzo, 36, rezava ajoelhado na Praça de São Pedro, enquanto os cardeais seguiam em procissão até a Capela Sistina. "Estava rezando e pedindo a Maria que os cardeais sejam iluminados pelo Espírito Santo, que elejam o papa que será o melhor para Igreja, gostemos ou não."
楊-C.Yáng--THT-士蔑報