Relatório de 2018 alertou para risco de acesso à varanda do Louvre por onde os ladrões entraram
Um relatório de segurança já havia indicado em 2018 a possibilidade de acessar com um elevador de carga a varanda do Louvre pela qual os ladrões entraram no espetacular roubo de joias em 19 de outubro, segundo a imprensa francesa.
A auditoria de segurança, realizada naquele ano pela casa de alta joalheria Van Cleef & Arpels para o museu, alertou com precisão sobre a possibilidade de acessar essa varanda, pertencente à Galeria de Apolo, informou o jornal Le Monde na noite de terça-feira.
O documento de 2018 inclui "duas páginas e três representações visuais que abordam especificamente a varanda que dá para a Galeria de Apolo" e seus autores insistem, em seu texto, na janela que dá para o cais François-Mitterrand, que qualificam como "um dos pontos mais vulneráveis do estabelecimento".
O relatório menciona o acesso ao parapeito a partir do chão. Para ilustrar suas preocupações, os especialistas da Van Cleef & Arpels "até mencionam, em uma representação visual, a hipótese do uso de uma cesta" elevadora por parte dos criminosos, segundo o jornal.
A direção do famoso museu, procurada pela AFP na noite de terça-feira, não fez nenhum comentário por enquanto. Mas havia declarado ao Le Monde que só tomou conhecimento da existência deste relatório após o roubo.
A atual diretoria, liderada por Laurence des Cars desde 2021, assegurou ao jornal que esse estudo, encomendado pela equipe anterior liderada por Jean-Luc Martinez, "não foi comunicado" no momento da transmissão dos cargos.
O Le Monde não conseguiu falar com Martinez. O relatório também especificou, com imagens, que as câmeras de vigilância próximas à varanda não cobriam totalmente esse acesso, segundo o jornal.
Alguns detalhes deste estudo correspondem ao modus operandi utilizado pelo grupo naquele dia: com um elevador de carga conseguiram acessar a varanda da Galeria de Apolo e, com uma serra circular, cortaram a janela e entraram no espaço para levar oito joias da Coroa da França.
As peças, de um valor estimado em cerca de 100 milhões de dólares (538 milhões de reais), continuam desaparecidas.
Mais de um mês após o espetacular roubo, dois homens e duas mulheres foram detidos no âmbito da investigação, somando-se às quatro pessoas já acusadas neste caso, informou na terça-feira o Ministério Público.
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