

Futebol feminino chega ao Football Manager
O popular jogo Football Manager, cuja nova versão será comercializada dentro de um mês, terá como grande novidade a inclusão de vários campeonatos femininos, em uma nova demonstração do crescimento que o futebol feminino está vivendo.
"Estamos trabalhando nisso há muito tempo", declarou à AFP Tina Keech, responsável pela criação do banco de dados desta nova edição.
Desta vez, os jogadores poderão controlar equipes de 14 ligas internacionais, entre elas a poderosa Women's Super League (Inglaterra), a NWSL (EUA) e a Liga dos Campeões da Uefa.
Keech admitiu que alguns usuários do Football Manager fizeram críticas sexistas a respeito dessa evolução, mas "a maioria teve uma atitude positiva".
Segundo a companhia britânica de programação Sports Interactive, 96% dos usuários do jogo, que chega à sua 26ª edição, são homens.
Com esta nova versão, Keech espera atrair mais usuárias da mesma forma que o futebol feminino alcança cada vez mais espectadores, como ficou demonstrado na última Copa do Mundo (2023) ou na última Eurocopa (2025), nas quais foram batidos recordes de público.
"Trata-se de uma melhoria do jogo e faz com que seja uma grande experiência, uma experiência diferente", argumenta Keech.
"Football Manager 26" manterá as equipes masculinas habituais, mas adicionará 14 campeonatos femininos.
O principal concorrente deste jogo, o modo carreira do EA Sports FC (o antigo FIFA), já introduziu equipes femininas no ano passado, embora os usuários já possam jogar com as estrelas femininas do futebol em partidas, o modo principal do videogame, há mais de 10 anos.
Em 2015, o diretor-geral da EA Sports, Peter Moore, mostrou-se "muito triste pelas fortes críticas misóginas" recebidas após a inclusão das mulheres. "Merecemos algo melhor", reivindicou.
- Adaptar-se à evolução -
O primeiro jogo de gestão de clubes de futebol foi criado em 1982 por Kevin Toms. O título de seu jogo, "Football Manager", foi posteriormente retomado pela Sports Interactive.
"Quando criei o Football Manager (...) e desenhei os gráficos, tratava-se de homenzinhos muito simples. Poderiam ter sido também mulheres", explicou Toms à AFP.
Mas nos anos 1980, o futebol feminino era "muito menos importante", apesar de que "não há nada no futebol que as mulheres não possam fazer", acrescentou.
Mais de quatro décadas depois, o jogo da Sports Interactive adaptou-se rapidamente à evolução do futebol.
Por exemplo, o Arsenal gastou em julho um milhão de libras (7,2 milhões de reais) na contratação da atacante canadense Olivia Smith.
"Há um ano, ninguém imaginaria que se pagaria um milhão de libras por uma jogadora", admite Keech.
- "Mais interesse do que nunca" -
O jogo leva em conta as especificidades das equipes femininas, como contratos mais curtos e certas lesões que costumam afetar mais as mulheres. Diferenças detectadas pela equipe de cerca de cinquenta pessoas liderada por Keech quando foi criado o banco de dados com mais de 36.000 jogadoras.
Os programadores também gravaram jogadoras com a técnica de "captura de movimento" para representar melhor a maneira de se movimentar das atletas durante as partidas.
A Sports Interactive e sua empresa matriz, a japonesa Sega, não divulgaram o investimento realizado para integrar o futebol feminino ao jogo.
Alguns fãs do Football Manager consideram que o atraso na comercialização da nova versão se deve a esta novidade ou criticam que tantos recursos tenham sido dedicados a equipes que supostamente terão poucos seguidores.
Para Kevin Chapman, que tem um canal no YouTube dedicado a este jogo e que conta com quase 200.000 inscritos, essas críticas são pouco representativas.
"Em geral, as reações têm sido positivas, com provavelmente uma divisão de 50-30-20 entre os que são favoráveis, os que não se importam e os que se opõem", explica.
As estatísticas de seu canal indicam que o Football Manager tem "mais interesse do que nunca" e Chapman está convencido de que "o futebol feminino contribui para isso".
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