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ONU pede fim do conflito no Sudão após massacre em hospital
ONU pede fim do conflito no Sudão após massacre em hospital / foto: STR - AFP

ONU pede fim do conflito no Sudão após massacre em hospital

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta quinta-feira (30) o fim da escalada militar no Sudão, após as informações de que as forças paramilitares mataram mais de 460 pessoas em um hospital da cidade de El Fasher.

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Mohamed Daglo, comandante das forças paramilitares do Sudão, reconheceu na quarta-feira (29) uma "catástrofe" em El Fasher, cidade na região de Darfur tomada no domingo por suas forças, após relatos de atrocidades em larga escala.

A tomada de El Fasher ocorreu após 18 meses de cerco das paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR) e marca um ponto de inflexão na guerra civil iniciada em abril de 2023.

O Sudão é cenário, há mais de dois anos, de uma guerra pelo poder entre o general Abdel Fatah al Burhan, comandante do Exército oficial e líder de fato do país desde o golpe de Estado de 2021, e o general Daglo.

Na quarta-feira, o governo acusou os paramilitares de terem atacado as mesquitas e a Cruz Vermelha em El Fasher.

"Mais de 2 mil civis morreram durante a invasão da milícia (paramilitar) em El Fasher, que atacou as mesquitas e os voluntários da Cruz Vermelha", disse Mona Nur Al Daem, coordenadora de ajuda humanitária, em Port Sudan, onde fica a sede do governo.

Guterres disse estar "gravemente preocupado com a recente escalada militar" em El Fasher e pediu "o fim imediato do cerco e das hostilidades".

As análises de imagens de satélites "corroboram as evidências de que os massacres continuaram nas 48 horas consecutivas à tomada" de El Fasher por parte das FAR, detalhou o Humanitarian Research Lab da Universidade de Yale.

O centro relatou as execuções perto de dois hospitais e massacres "sistemáticos" nas periferias da cidade.

- Massacre em hospital -

"Lamentamos profundamente a catástrofe que ocorreu com os habitantes de El Fasher (...) mas a guerra nos foi imposta", afirmou Daglo na quarta-feira, em um discurso transmitido em seu canal oficial no Telegram, de um local não especificado.

O comandante das forças paramilitares acrescentou que deseja "a unidade do Sudão pela paz ou pela guerra".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estar chocada com informações que relatam mais de 460 mortos no hospital de El Fasher.

A OMS "está consternada e profundamente chocada com as informações sobre a trágica morte de mais de 460 pacientes e acompanhantes na Maternidade Saudita de El Fasher, no Sudão, após os recentes ataques e sequestros de pessoal de saúde", indicou o chefe da agência da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no X

Desde domingo, mais de 33 mil pessoas fugiram da violência para a periferia de El Fasher e Tawila, uma cidade 70 quilômetros a oeste, que já abriga cerca de 650 mil deslocados, segundo a ONU.

Em El Fasher, onde antes da guerra viviam mais de 1 milhão de pessoas, permanecem 177 mil civis, de acordo com dados mais recentes das Nações Unidas.

Os acessos a El Fasher seguem bloqueados, apesar dos apelos para abrir corredores humanitários. Isto significa que é muito difícil entrar em contato com fontes locais independentes.

Após a tomada de El Fasher no domingo, as FAR controlam toda Darfur, uma região do oeste do Sudão que cobre um terço do país.

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