AIE: consumo mundial de carvão vai bater novo recorde em 2025
O consumo mundial de carvão atingirá um novo recorde em 2025, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira (17) pela Agência Internacional de Energia (AIE), em parte devido às políticas do governo Donald Trump nos Estados Unidos para estimular a indústria.
O consumo de carvão deve aumentar 0,5% na comparação com 2024, quando também foi estabelecido um recorde, e chegar a "8,85 bilhões de toneladas", afirmou a AIE.
O ano de 2025 caminha para um "novo recorde histórico" de consumo de carvão, afirmou Keisuke Sandamori, diretor de mercados de energia e segurança da AIE, em uma apresentação para jornalistas.
Este ano também desponta como o segundo mais quente já registrado, empatado com 2023 e atrás apenas de 2024, segundo o observatório europeu Copernicus.
A demanda deve "recuar levemente até o final da década" devido à concorrência de outras fontes de geração de energia elétrica, como as renováveis, o gás e a energia nuclear, segundo a agência.
Este combustível fóssil é o principal responsável pelas emissões de dióxido de carbono de origem humana, que, por sua vez, alimentam a mudança climática.
- China e Índia -
Tradicionalmente, o aumento do consumo era impulsionado por China e Índia, que recorriam ao carvão para suprir as necessidades de energia elétrica de suas economias em crescimento.
Neste ano, no entanto, a demanda por carvão permaneceu estável na China e diminuiu na Índia.
A AIE antecipa que a demanda na China, maior consumidora mundial de carvão, diminuirá nos próximos cinco anos. Na Índia, uma intensa temporada de monções estimulou o uso de fontes hidrelétricas e reduziu a demanda por eletricidade gerada por usinas a carvão pela terceira vez em cinco décadas, segundo a agência.
Em contrapartida, nos Estados Unidos, a AIE "prevê um aumento de 8% em 2025 devido a uma combinação de preços mais elevados do gás natural e uma desaceleração no fechamento de usinas a carvão, graças ao apoio político liderado pelo governo federal".
A evolução contrasta com a diminuição média anual de 6% registrada durante os últimos 15 anos. O aumento acontece após Trump ter assinado, em abril, decretos para estimular a exploração do carvão e mais que dobrar a produção elétrica para ajustá-la às necessidades da Inteligência Artificial.
Apesar das medidas, a AIE mantém a previsão de que a demanda americana diminuirá, em média, 6% até 2030, devido ao avanço das energias renováveis e ao fechamento das usinas a carvão, ainda que em um ritmo mais lento.
Para o conjunto do planeta, a agência com sede em Paris prevê que a demanda por carvão em 2030 será 3% menor que a registrada em 2025.
No período, o consumo de energia elétrica vai aumentar, mas também "se intensificará a concorrência com outras fontes de energia", como as renováveis, a energia nuclear ou o gás natural liquefeito.
Sadamori destacou também que a participação do carvão na geração elétrica passou de 41% em 2013 para 34% neste ano. "É o menor nível na história estatística da AIE", afirmou.
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